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domingo, 19 de maio de 2013

Você acredita no que diz acreditar?


Não me considero um cara chato e ate dizem por ai que sou um cara legal. O problema é que percebo que muitas pessoas dizem acreditar nisso e naquilo, mas, basta fazer uma pergunta bem simples relacionada ao assunto, para ficar bem claro que a crença afirmada não tem luz própria.
Muitas pessoas reproduzem inconscientemente coisas que ouvem na infância e na adolescência, adotando algumas posições pelo simples comodismo delas serem aceitas pela grande maioria da população onde estão inseridas.
Vejamos o caso de Deus. Pergunte a qualquer pessoa se ela acredita em Deus e, alem de ver um olhar assustado, ouvirá quase que imediatamente que sim.
Avance um pouco mais e pergunte se Deus em sua crença é uma pessoa física, é uma energia, o que é de maneira mais concreta e, pasmem, as pessoas ficam sem saber ao certo como explicar o que vem a ser Deus. Você pode ate dizer que Deus é meio subjetivo, é algo intangível, mas, convenhamos, se você acredita em Deus precisa dizer uma coisa menos vaga.

Tem uns que na hora do aperto afirmam que é questão de fé, que não precisa de muita explicação. Bem, assim fica fácil acreditar em qualquer coisa, não?
Experimente perguntar sobre outros assuntos e, em raras exceções, perceberá que as pessoas acreditam no que ouviram outros falarem, poucas de fato leram mais profundamente sobre o assunto, estudaram, questionaram, experimentaram, buscaram ver todos os ângulos e focos relacionados.
Vivemos sob vários aspectos na superficialidade das coisas, parecendo ser mais fácil atravessarmos a vida assim, sem muito esforço intelectual.
Acreditar verdadeiramente em algo é tarefa difícil  exige muito de quem se atreve e, a unica recompensa, no mundo atual, onde os bons vivem a míngua e os malfeitores vivem abundantemente luxando, é que esses investigadores das coisas são carinhosamente intitulados de: Formadores de opinião. Você acredita nisso?

quinta-feira, 31 de maio de 2012

O real tamanho das coisas

Algo que nos deparamos em quase todos os momentos. Agradeço às pessoas que mais colocam minha paciência à prova. Há algo bem mais importante do que ser flexível: a necessidade urgente de se aprender com as pessoas, não com frases de efeito ou conselhos melosos, mas aqueles que nos fazem perder a paciência, explicar varias vezes o que simplesmente discordam.
O problema maior é que, quando estamos no centro de uma situação estressante, não conseguimos enxergar direito, nem soluções e, muito menos, pessoas. Os detalhes cegam nossa capacidade de analize da situação. Só quando nos mergulhamos novamente em nosso interior, somos capazes de nos questionar: "o que eu tenho que aprender com isso?" Não se trata de ficar filosofando, apesar de que filosofar é preciso... Essa questão é crucial para nos livrarmos da forma como vemos o problema - algo bem mais problematico do que o conflito em si.
Aprender é descobrir o que já se sabe. Praticar e demonstrar o que se sabe. Ensinar é lembrar aos outros que eles sabem tanto quanto você. Todos são nossos professores, basta que estejamos dispostos a entender a aula. Quando isso acontece, a sensação é muito boa.
É bom entender uma questão difícil. Logo, ela diminui o aspecto de gigantismo e volta ao tamanho normal. E a gente, não se sente menor diante dela, por que também voltamos ao tamanho normal. E frente a frente, em situação de igualdade, é mais fácil ter a vista limpa. Manter o tamanho real das coisas é ser flexível.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Amigo

Mesmo no seu momento de maior solidão, quando a miseria parece ter destruido sua vida, transformando-a em retalhos soltos, sempre haverá alguem que, mesmo na lembrança estará ao seu lado.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

A dor que dói mais


Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Um tapa, um soco, um chute, doem, Dói bater com a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, cólica dói. Mas o que mais dói é saudade.
Saudades de um irmão que foi morar longe, saudades de um lugar de infância, saudades do gosto de alguma comida, saudades de alguem da família que se foi. Saudades de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudades de uma cidade que visitou. Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e ate da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se que estavão lá. Você poderia ir para o escritório e ela para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia inteiro sem vê-la, ela sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã... Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguem sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber se ele continua gripando no inverno. Não saber mais se ela continua pintando o cabelo de vermelho. Não saber se ela ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros,se ele continua preferindo Pepsi, se ela continua sorrindo com aquele jeitinho meigo, se ela continua dançando, se ele continua surfando, se ela continua lhe amando.
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma musica, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ele esta com outra e, ao mesmo tempo, querer. É não querer saber se ela esta feliz e, ao mesmo tempo, querer. É não querer saber se ele esta mais magro, ela mais bela. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, ainda assim, doer.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Certo é certo!


De vez em quando é bom parar para pensar na natureza e nas suas criações. Os animais, tão chamados irracionais, lutam pela sobrevivência, tem uma vida dura, mas não trapaceiam, não mentem e muito menos esconde suas ações, seja elas quais forem, de seu grupo. Ou eles seguem a regra imposta pelos seus ou vão embora, criando um novo grupo, com novas regras, no qual fica quem quiser se adaptar.
O homem, o "racional" é uma das mais sublimes criações, possui capacidade ilimitada, constroi casas e coisas para seu conforto, inventa remédios, cria e destrói. Vai alem da imaginação da maioria e, dizem, ja foi ate a lua! Esse mesmo homem tão inteligente, aprende rápido a "emburrecer". Acredita que pode burlar as regras de convivência que ajudou a criar, mente, maltrata e faz, dissimuladamente, coisas que seriam condenadas por seu meio, coisa que não devia fazer.
O que é certo é certo. Lei é lei então, por qual razão o "esperto" engana, rouba, mata, e de um modo geral, caminha contra esses princípios?
Será culpa de Adão e Eva? Aqueles que quebraram a primeira regra e nos ensinaram o gostinho de errar? Jogar lixo na rua é tão errado quanto mentir ou roubar. Tomar o que não lhe pertence, enganar, iludir e torturar são formas de descumprir o "contrato" que assinamos ao aceitar viver em sociedade. Quando o Regime Militar de 1964 pregava: "Brasil, ame-o ou deixe-o", estava apenas usando a frase certa no contexto errado. A grande questão é: "sociedade, aceite-a ou mude-se".
Todos devemos entender que a convivência  requer cuidado, requer respeito. Querer o certo para si, buscar seus direitos, é dar ao próximo a chance de querê-los também. Não é preciso "pisar em ovos" ou tratar o outro como se ele fosse de porcelana, mas trata-lo de modo como gostaríamos de ser tratados. Respeitar limites e regras. Dar o que gostaria de receber.
Desviamos as virtudes que nos foram dadas e as transformamos em "pecados". Somos preguiçosos, invejosos, arrogantes, sem parar para pensar que somos iguais em capacidade e, se deixarmos de lado os maus hábitos, seremos senhores de si, seremos capazes de agir, de buscar, de conquistar o que desejamos, desde que não deixemos de lado a boa fé, o bom humor, a boa vontade e a compreensão e respeito mútuos.
Começando dentro de casa, dando exemplo e não "escorregando", construiremos um mundo do qual nos orgulharemos e no qual viveremos em paz.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Finitude

Não é fácil entender nem os mistérios da vida e nem os mistérios da morte. Em qualquer circunstância, é importante destacar o medo implícito do desconhecido. O que resta, como foco de atenção, é administrar a carência destas imprevisões.
Para que essas "surpresas" da vida sejam, de certo modo, devastadoras é indispensavel uma aproximação prévia dessas questões existenciais.
Nesse ponto é fundamental, sobretudo, em relação ao acontecimento de morte uma reflexão profunda e significativa a cerca destes entraves da vida humana.
No curso da vida, todos sofremos separações, rupturas, perdas e abandono. Invariavelmente desapegar-se, deixar para traz, implica um custo emocional profundo, cuja intensidade, duração e desorganização vital variam dependendo da relação afetiva e mundana com as pessoas mais próximas.
A morte é uma parte da própria vida, sua etapa final, da qual não podemos fugir e da qual ninguém pode nos livrar. Como destaca Martin Heidegger, é necessário considerar a morte não como uma certeza indefinida, mas uma possibilidade existencial a todo instante. Nesse sentido, pode-se dizer que a morte e a vida coexistem a todo momento.
Nessa caminhada inseparável entre a vida e a morte cabe a nós a reflexão construtiva acerca da finitude. Será que em algum momento de nossa existência oferecemos a nós mesmo uma maior compreensão dessa condição existencial? Há espaços nos ossos lares, bem como nos meios sociais que frequentamos, diálogos acerca da morte e do processo de morrer?
Quando os deparamos com a fragilidade física de nossa condição humana, desenvolve-se um cenário inseguro, principalmente, quando nos percalços da vida, não se proporciona a expressão das emoções que envolvem finitude. Nesse caminha muitos questionamentos e dúvidas podem aparecer. A difícil tarefa da despedida mostra nossas fraquezas e nossa inautenticidade de sermos para a morte.
Diante da consciência da possibilidade da morte de si mesmo ou de alguém muito querido há uma necessidade de reorganizar sentimentos e nesse processo são importantes os laços afetivos como dispositivos de cuidado.
Dessa maneira, ao longo do percurso da vida, vive-se com a pretensão da imortalidade e quando a fatalidade supera os anseios existenciais define-se a situação vivenciada como absurda e questionável. É compreensível que essas fatalidades surpreendam e desorganizem a textura psicológica. Acredita-se que nesses momentos é preciso uma auto-reflexão relativa ao seu lugar no mundo e nas inter-relações familiares e sociais. Não se pode deixar de destacar que a busca para o alivio desse sofrimento é configurada como algo individual, mas amparada socialmente. E nesse propósito, carda um poderá reencontrar o sentido da vida. O que necessita, como seres vivos, é reconhecer o ciclo vital para que se possa admirar a vida. É fundamental, pois, superar a consciência tardia do próprio entardecer.